segunda-feira, 6 de maio de 2013

Obra no terreno da antiga rodoviária vai abalar a qualidade de vida de todos

MAS O SILÊNCIO CONTINUA ASSUSTADOR!
 
Renato Victor Bariani*

Não é segredo para ninguém que a implantação de grandes Pólos Geradores de Tráfego (PGT’s) normalmente vem sucedida de impactos no entorno do empreendimento, como congestionamentos, aumento do tempo de deslocamento das pessoas, deterioração do meio-ambiente e das edificações, pelo aumento das poluições visual, sonora e do ar; e ainda compromete a segurança dos pedestres, ciclistas e de condutores e ocupantes de veículos pelo aumento do número de acidentes de trânsito.
 
Considerando que o entorno daquele terreno já vive situação por demais crítica nestes itens, além de outros aspectos específicos de segurança pública: tráfico e consumo de drogas, assaltos e outros delitos que o Estado tem demonstrado total incapacidade para combatê-los não há como silenciar o absurdo representado por esta obra. 

 A fim de se evitar esses reflexos negativos ao meio urbano têm se utilizado o Estatuto das Cidades instituído pela Lei Federal Nº 10.257/01 e o CTB – Código de Trânsito Brasileiro que foi instituído pela Lei Federal Nº 9.503/97. Ambas as legislações federais norteiam sobremaneira a Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo, a Lei Complementar Nº 331/99. Entretanto, nem de longe os objetivos das legislações existentes, em especial a Lei Municipal é respeitada neste empreendimento.
 
Clicar na imagem e abrir Blog de Adilson Costa com a poesia sobre a antiga rodoviária de Maringá
Símbolo e Patrimônio Histórico de Maringá derrubado pela Administração Municipal.
 
A ganância por lucro privado derrotou o interesse coletivo dos maringaenses. O bom senso e o esforço legal se esvaíram na incapacidade de reação da Cidade Canção determinada pelo vultuoso desejo de lucro privado.

 Todo o interesse de natureza coletiva da sociedade maringaense por qualidade de vida, segurança, proteção ao ambiente, acessibilidade e mobilidade não foram capaz de determinar as medidas mitigadoras dos impactos negativos deste empreendimento, necessárias para garantir a qualidade do espaço urbano do entorno da obra que confunde demais o interesse privado com o interesse público.
 
Isto sem considerar a total ausência de competição do certame licitatório – apenas uma empresa se escreveu e participou - e a existência de suposição que a responsabilidade arquitetônica do projeto é realizada por pessoa com grau de parentesco com o vice-prefeito da cidade.

 Chamar este empreendimento de “marco arquitetônico” e que em função disto “nossa cidade tem se destacado por pensar seu futuro” conforme palavra do próprio prefeito municipal Roberto Pupin é como espalhar outdoors informando que esta cidade não possui qualquer capacidade crítica.
 
 Além do péssimo gosto estético, pois aquela “geringonça” de vidros e concreto não combina em nada com a marca histórica de Maringá, também será um péssimo local para morar e investir. Só ganha o empreendedor e seus comparsas.
 
 
  
Com o passar dos anos, muito lentamente, a população vai percebendo os estelionatos da administração pública municipal que tem sido vítima ao longo dos anos.

*Renato Victor Bariani – Secretário Municipal dos Transportes de Maringá - gestão 2001 à 2004, cursou Administração na Universidade Estadual de Maringá, Técnico de Segurança do Trabalho com capacitação em Direção Defensiva, Trânsito e Transportes.
 

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