terça-feira, 9 de julho de 2013

“Pagar R$ 10 mil para um médico trabalhar 40 horas é um absurdo” Mas pode chamar de corporativismo

julho 9th, 2013 by mariafro

A única coisa boa na vergonha alheia que  sentimos quando lemos comentários ou depoimentos dos médicos corporativistas quando eles tentam entrar no debate sobre saúde pública é descobrir o quanto esses indivíduos são egoístas, mercenários, rasos em seus argumentos e como vivem distantes da realidade do povo brasileiro:
“Pagar R$ 10 mil para um médico trabalhar 40 horas é um absurdo”, disse ele, referindo-se ao valor de bolsa previsto pelo “Mais Médicos” para atrair profissionais o interior do país e para regiões de periferia. “Se não tiver um plano de carreira, não vai fixar [na localidade]“, apontou.” (diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina, APM, Marun David Cury)
Por isso, decidi que da mesma forma que não discuto aborto com quem não tem útero, não discuto mais saúde pública com quem não é usuário do SUS ou quem médico ou não acha que SUS é castigo. 
SUS é direito, seus mercenários. QUALQUER ESFORÇO PRA MELHORAR A SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL DEVE SER APOIADO, ao menos por profissionais e cidadãos com valores solidários e não corporativistas.
Não se brinca com a saúde dos mais pobres.
Quem realmente está preocupado com a saúde pública no Brasil luta por recursos, por fiscalização, contra médicos desonestos que usam dedo de silicone em registro de ponto, contra gestores vagabundos que usam o dinheiro da saúde pública para outros fins. 
Gente preocupada com a saúde pública vai pressionar o Congresso pra jogar na lata do lixo as mudanças que o SENADO fez no projeto dos royalties pra educação e saúde e não fazer passeata contra a vinda de médicos cubanos, portanto cartazes xenófobos e cheios de preconceito de classe. Gente patética.

Em discurso, Dilma afirmou que todos os brasileiros devem ter o mesmo direito à saúde de qualidade e que o governo só recorrerá a profissionais estrangeiros caso não consiga atender a demanda com médicos brasileiros. Segundo ela, garantir que o sistema funcione e tão importante quando suprir a rede com profissionais de qualidade.
Entidades médicas condenam programa ‘Mais Médicos’
08/07/2013
Vinda de médicos sem revalidação de diploma é ‘irresponsável’, dizem.
Obrigar estudantes a atender no SUS ‘favorece exploração’, apontam.
Entidades que representam os médicos condenaram o programa “Mais Médicos”, anunciado nesta segunda-feira (8) pelo governo federal. Ele prevê a contratação de mais profissionais para atendimento em áreas carentes, inclusive de estrangeiros, além de aumentar a formação de medicina em dois anos, obrigando os estudantes a trabalharem no SUS durante esse período, remunerados por uma bolsa.
Carta assinada pela Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) afirma que “é inaceitável que nosso país, cujo governo anuncia sucessivos êxitos no campo econômico, ainda seja obrigado a conviver com a falta de investimentos e com a gestão ineficiente no âmbito da rede pública”.
As medidas anunciadas “assumem altos riscos”, dizem as instituições, porque “não observam a cautela imprescindível ao exercício da boa medicina”. A vinda de médicos estrangeiros sem aprovação no Revalida  (exame de revalidação de diploma) e a abertura de mais vagas em escolas médicas, sem qualidade, na opinião das entidades, são “medidas irresponsáveis”, afirmam.
“Elas comprometerão a qualidade do atendimento nos serviços de saúde e, em última análise, expõem a parcela mais carente e vulnerável da nossa população aos riscos decorrentes do atendimento de profissionais mal formados e desqualificados” , criticam.
A ampliação do tempo de formação nos cursos de medicina é “uma manobra que favorece a exploração de mão de obra”, disseram as entidades.
O formato de contratação dos médicos – sem garantias trabalhistas expressas, com contratos precários e com uma remuneração não compatível com a responsabilidade e exclusividade – são pontos que merecem críticas, na opinião das associações médicas.
Elas afirmaram que nos próximos dias deverá ser feito o questionamento jurídico da iniciativa do governo, já que, em sua visão, ele contraria a Constituição ao “estipular cidadãos de segunda categoria, atendidos por pessoas cuja formação profissional suscita dúvidas, com respeito a sua qualidade técnica e ética”.
Investimento
O presidente do Conselho Regional de Medicina em São Paulo (Cremesp), Renato Azevedo Júnior, disse que o programa é uma forma de “escamotear” o baixo investimento em saúde no país. Segundo ele, o Brasil investe menos que a média dos países em saúde e a simples contratação de médicos não resolverá os problemas do sistema público de saúde.
Ele afirmou ainda que o conselho apenas aguarda a publicação da medida provisória e das portarias que instituem o programa, para estudar as medidas jurídicas a serem tomadas contra ele, que podem incluir uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Os textos devem sair nesta terça (9) no Diário Oficial da União.
O Cremesp não pretende, ainda, cadastrar os médicos estrangeiros que não passarem pelo Revalida, o que pode causar outro entrave legal, pois o profissional não afiliado à entidade profissional, em tese, não pode atuar.”Nós já fizemos uma resolução de que não vamos dar o registro para quem não for revalidado”, afirmou. Azevedo disse que, até o momento, o governo não entrou em contato com o conselho para discutir como seria feita a regularização dos médicos do programa.
“Arbitrariedades”
Para o diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina (APM), Marun David Cury, o programa deve ser questionado na Justiça por ter “arbitrariedades”, como a mudança na duração do curso de medicina. “É discutível legalmente, primeiro por ser uma coisa obrigatória”, disse ele.
Cury questionou ainda o tipo de preparo que vão ter os estudantes, na medida em que podem ser enviados a municípios no interior ou regiões remotas para fazer o estágio obrigatório – medida que ainda não está clara com as regras do novo programa.
“Você tem um programa nos cursos [de medicina], você tem professores doutores, aprendizado e treinamento intensivo”, diz o diretor da APM. “Já o aluno que vai para uma periferia [pelo 'Mais Médicos'] provavelmente não vai ter um sistema de suporte”, ressaltou. “A chance de fazer uma besteira é enorme, e ele [o estudante] dificilmente vai ter um aprendizado.”
“Pagar R$ 10 mil para um médico trabalhar 40 horas é um absurdo”, disse ele, referindo-se ao valor de bolsa previsto pelo “Mais Médicos” para atrair profissionais o interior do país e para regiões de periferia. “Se não tiver um plano de carreira, não vai fixar [na localidade]“, apontou. (grifos do blog)

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