segunda-feira, 14 de maio de 2012

Carta às organizações democráticas e populares de Maringá e região.

Às organizações políticas, aos sindicatos, associações de moradores, partidos políticos de esquerda, à todas e todos que combateram durante a ditadura militar, à organizações da
sociedade civil, aos ativi
stas dos direitos humanos, à todas as organizações comprometidas com a democracia, a memória e a justiça.
Com o ensejo de reunirmos a maior número de organizações, partidos, sindicatos, movimentos sociais e ativistas lançamos um chamado à resistência e à verdade.
Desde a colonização há 512 anos vivemos em uma sociedade violenta, discriminadora, anti-democrática e desumana,até hoje a liberdade de expressão e o gozar de direitos plenos ainda está relacionada ao poder aquisitivo e a adaptação à realidade.
Desde antes e continuamente, mas especialmente a partir de 1964 com a instalação do regime militar autoritário, hoje já amplamente relacionado com os interesses dos EUA no Brasil e na América Latina, os direitos políticos foram caçados e aos militares foram dados plenos poderes.
O medo da perseguição, torturas contínuas, a liberdade de expressão velada, os sensores da Ditadura, tantos desaparecidos, outros tantos assassinados são resultado de um terrorismo de Estado. Vale lembrar Vladmir Herzog, Honestino Guimarães, Alexandre Vanuchi Leme, Frei Tito, Zuzu Angel, a Revolta de Porecatu, as inundações das barragens e a expropriação dos posseiros e pequenos agricultores, vale lembrar Clodimar Pedrosa Lô.
A impunidade aos crimes cometidos no período da ditadura militar refletem ainda hoje na sociedade. O tratamento dado pelos aparelhos de repressão do Estado em nada se modifica,
intimidações, agressões, tortura, abuso de poder, invasão de domicílio, “queima de arquivo” e assassinatos fazem parte do procedimento padrão aplicado em abordagens policiais entre a
juventude e nas periferias, os negros e negras ainda são os que mais sofrem.
Apesar da demonstração de nexo causal entre as atitudes persistentes das forças repressivas a Anistia de 1979 não é revista e a Comissão da Verdade sem poder punitivo e que não sai
do papel, representa uma nova falsa-conciliação de uma sociedade incapaz de avançar no processo de humanização determinando livre e soberanamente a condenação dos torturadores
e assassinos da ditadura militar, de modo a impedir qualquer possibilidade de persistência de atitudes semelhantes às que ocorreram, infelizmente o inverso persiste.
Organizações de todo o Brasil vêm se reunindo respondendo os mais variados chamados de unidade para construir mobilizações e atividades de propaganda em todo o Brasil condenando
a ditadura militar, exigindo a abertura dos arquivos da ditadura, nomeação imediata da comissão verdade, punição aos torturadores, assassinos e seus mandantes, cabendo ao
Ministério Público abrir os processo e obrigando o STF à julgar.; Pelo direito a verdade, memória e justiça!
Reproduzindo esse chamado de unidade e tomados por um imenso desejo de verdade, justiça pelo fim de todas as formas repressivas e abusivas patrocinadas pelo Estado convidamos a todos e todas para que de maneira democrática possamos dar vazão a esse sentimento que é coletivo colocando em debate na nossa cidade a história e a sociedade balizada pelos direitos humanos.
Data: 16 de maio (quarta-feira)
Horário: 18h
Local: Bloco 104 - Sala 2 (antigo NPD, sede do Proação)

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