quarta-feira, 30 de maio de 2012

Entenda o desespero de Gilmar Mendes e como atacar o Lula com um factóide é uma forma de proteger a sua rede criminosa!

Veja amarrou guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim

Fonte: Amigos do Presidente Lula
Tem gente que veste carapuças, mas o que está na moda, em tempos de Cachoeira, é vestir guardanapos na cabeça (*).
Pois a revista Veja os vestiu (simbolicamente) na cabeça de Gilmar Mendes, em Berlim, em uma operação desastrada.
A Veja fez uma matéria que mais parece uma ópera bufã, onde tenta transformar o lobo-mau em vovozinha, e o chapeuzinho vermelho em lobo-mau.
Mas como até da reciclagem do lixo, se extrai matéria prima, dá para tirar boas hipóteses da matéria.

Primeiro ato:
O ministro Gilmar Mendes, parece querer se antecipar a "explicar", do seu modo, alguma coisa nada boa para o lado dele, que estaria para aparecer na CPI do Cachoeira.
Mas ele não pode simplesmente dizer "não fui eu", como o joãozinho da piada na escola, negando imediatamente após soltar um "pum", antes mesmo que os outros sintam o cheiro.

Segundo ato:
Então vem a calhar colocar o nome do presidente Lula no meio da estória, para embolar, e para tentar dizer "não fui eu", como se estivesse respondendo à uma hipotética acusação de "foi você".
Afinal o que explica um ministro do STF dar explicações de que pagou suas contas de uma viagem a Berlim, se ninguém ainda está perguntando isso?
O portal 247 afirma: "Gilmar Mendes fez uma viagem recente a Berlim, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO). Carlos Cachoeira também foi à capital alemã, na mesma data, mas não se sabe se houve encontros dele com o senador e o ministro do STF".

Terceiro ato:
Em parceria com a revista Veja, cria-se a narrativa bufã, onde Gilmar torna-se vítima, a prima-dona pura e donzela da ópera, e Lula o vilão da CPI malvada.
Talvez, com isso, a revista Veja pense em melar a CPI "malvada", tirando-a de seus calcanhares, assim como evitando ir adiante o suposto aparecimento de algo, digamos, constrangedor, para Gilmar Mendes.

Quarto ato:
O problema é que a estória criada pela Veja é muito ruim de acreditar e foi muito mal contada. Além de inacreditável, havia testemunha que desmentiu (Nelson Jobim).
Mas serviu para acender os holofotes na viagem à Berlim de Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e, supostamente, Carlos Cachoeira, na mesma "bat-hora", no mesmo "bat-local".

É como se a Veja colocasse os guardanapos na cabeça dos três, em Berlim.

Quinto ato:
O problema é que, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave.
E para piorar, não há momento pior para expor-se dessa forma atabalhoada, justamente na revista que manteve uma longa parceria com Cachoeira, em pleno escândalo com o bicheiro
CELG explicaria medidas desesperadas de Gilmar Mendes

(continuação da nota "Veja vestiu guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim")

Sexto ato:
A matéria da revista Veja onde Gilmar Mendes tenta se passar por vítima de Lula na CPI do Cachoeira, foi um tiro no pé, porque colocou em pauta a viagem a Berlim de Gilmar Mendes, Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Até então, o assunto era tratado apenas como boato, ainda. O próprio Gilmar conferiu veracidade na matéria da Veja.
Como dissemos, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave.
Pois a cronologia das datas nos traz pistas.

26 de abril
Ocorreu o encontro com Lula na escritório de Nelson Jobim, dia que Lula esteve em Brasília. Na véspera (25), almoçou no Alvorada com a Presidenta Dilma e velhos companheiros de longa data, e a noite, Lula e Dilma assistiram a estréia do documentário “Pela Primeira Vez”, de Ricardo Stuckert, sobre os últimos momentos do governo Lula e a posse da presidenta Dilma Rousseff.

Na noite do dia 26, Gilmar Mendes estava no julgamento da constitucionalidade das cotas raciais nas universidades.

No próprio dia 26, cedo, já aparecia a notícia da deputada federal Iris de Araújo (PMDB-GO) apresentar requerimento na CPI do Cachoeira, para o Ministério da Fazenda investigar a existência de contas bancárias do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) no exterior. Essas suspeitas envolvem supostos desvios de dinheiro na CELG (companhia estadual de eletricidade).

Por outro lado, já havia vazado os relatórios da Operação Monte Carlo, onde constava o telefonema onde o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) comemorava com Cachoeira, o fato de Gilmar Mendes ter puxado um processo da CELG para o STF. Demóstenes avaliava que Gilmar conseguiria tirar das costas da CELG, 2 a 3 bilhões de dívidas.


28 de abril
O Estadão publicava matéria sobre o diálogo acima, com um texto que colocava Gilmar Mendes sob suspeita de ter favorecido aos interesses de Carlos Cachoeira, através da influência de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
A reportagem do Estadão teve duas versões.

A primeira foi ao ar no portal da internet com um texto maior, com o título "Demóstenes ‘trabalhou’ com Gilmar Mendes para levar ao STF ação da Celg, diz PF", e encerrava dizendo: "O ‘Estado’ não conseguiu encontrar o senador e o ministro do STF para comentarem a gravação".

A segunda versão, apagou a primeira, encurtou o texto e aliviou para Gilmar Mendes, a começar pelo título "Demóstenes tratou de processo da Celg no STF, segundo PF". A íntegra do texto da versão censurada e da substituída pode ser lida aqui.

Se a reportagem foi publicada em 28 de abril, é possível que no dia 26, Gilmar Mendes já soubesse, pelos rumores, e tentativas de "ouvir o outro lado".
29 de abril
O "site" Direito Positivo, levantava a possibilidade de Gilmar Mendes ter que responder processo por crime de responsabilidade:
Na hipótese das notícias que ligam o Senador Demóstene com o Ministro Gilmar Mendes serem confirmadas durante a CPMI, o Ministro poderá ser julgado pelo Senado Federal pela prática em tese de conduta prevista na lei 1079/50 combinada com a Constituição Federal no Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal (...).

10 de maio
Gilmar Mendes concedeu entrevista às redes de TV, onde foi perguntado sobre os rumores da convocação do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, à CPI.

Gilmar repetiu o bordão de gritar a palavra mágica "mensalão" para desviar do assunto Cachoeira:

“Eu tenho a impressão de que esta havendo um certo exagero, uma certa precipitação, talvez tenha razão o procurador-geral, que estamos prestes de iniciar o julgamento desse caso do mensalão e que haja talvez o propósito de desacreditá-lo, de deslegitimá-lo, não é?”, disse, e foi ao ar no Jornal Nacional (confira aqui)


Ora, então fica claro que se ele tivesse recebido "pressão" de Lula em troca de "proteção na CPI", ele teria que ter mencionado ali mesmo, naquela entrevista do dia 10.

Será que ainda não tinha, digamos, alinhavado o enredo a ser contado pela revista Veja?

Aliás, se ele achasse que houvesse motivo para "denunciar" Lula, como tentou fazer na Veja, por quê esperar um mês? Por que não no mesmo dia, no dia seguinte ou na semana seguinte?

Agora a CPI está obrigada a investigar o caso CELG:

Gilmar Mendes se expôs de forma que, racionalmente, ninguém se exporia, pois pulou dentro do caldeirão onde já fritam Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e a revista Veja.

Só medidas desesperadas explicam esse comportamento.

A CPI, agora, vê-se obrigada a investigar o caso CELG, além do que está por trás das viagens de Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e Gilmar Mendes a Berlim.

Também é hora de aprovar o requerimento da deputada Iris Araújo (PMDB), para rastrear contas no exterior.

Aguardemos o próximo capítulo.

Para quem não está por dentro do Caso:
A revista publicou uma matéria sem pé nem cabeça. Inventou que Lula, sem mandato, teria ido "chantagear" o ministro do STF Gilmar Mendes, e ainda por cima tendo Nelson Jobim como testemunha (Jobim já desmentiu a versão da Veja-Gilmar). Não satisfeita, a Veja caprichou no exagero. Inventou que Lula ainda teria confessado a Gilmar Mendes que estaria fazendo lobby sobre todos os outros ministros do STF sobre o julgamento do "mensalão". Na impossível hipótese de alguém como Lula fazer isso, se alguém fizesse uma coisa destas, faria em segredo, um a um, e jamais contaria o que conversou com uns e com outros, por motivo óbvio. Só isso já é suficiente para não dar crédito ao que está na revista.
Ainda não satisfeita, Veja caprichou mais um pouco, e inventou que Lula teria falado cobras e lagartos de alguns ministros do STF. Pegando o gancho da contenda entre Cezar Peluso e Joaquim Barbosa, a Veja inventou que Lula teria dito que Joaquim Barbosa seria "complexado". Vã tentativa infantil da revista de jogar os ministros do STF contra Lula, através da intriga boateira.


Fica evidente que a revista Veja quer melar a CPI por um lado e, por outro, pressionar os ministros do STF a julgarem o chamado "mensalão" com raiva, ou constrangidos em inocentar alguém por falta de provas, vendendo a lorota de que a opinião pública acreditaria ser por pressão de Lula. Ora, se Lula tivesse esse poder todo, e não respeitasse as instituições republicanas, teria interferido quando era Presidente da República e tinha muito mais poder político para isso. No entanto, Lula não interferiu nem na recondução do ex-Procurador-Geral da República Antônio Fernando de Souza, respeitando o fato dele ser o mais votado na lista tríplice apresentada pela classe dos procuradores.


Detalhe: o julgamento no STF não é político. Segue o que está escrito no Código Penal. Com provas não há como inocentar, por mais que houvessem pressões políticas. Sem provas, não há como condenar, por mais que haja pressão e propaganda política, seja pela imprensa demotucana, seja pelos políticos de oposição, seja pela organização do bicheiro Cachoeira.

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