terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Löwi defende o Ecosocialismo, pois é insatisfatório culpar o indivíduo pela crise ambiental.

A um bom tempo nas conversas com amigos(as), comento que seguindo a velada criminalização ambiental do cidadão comum na atualidade, daqui uns dias vamos colocar com mesmo peso e culpa uma fábrica calçadista que joga seu resíduo as toneladas na bacia do Rio dos Sinos (RS), e um cara que joga uma embalagem de chocolate no chão da rua. Corremos o risco de avançarmos para uma idéia (e prática) de segregação social e discriminação do individuo, que por sinal é o desejo dos meios de comunicação, que diariamente nos induzem acreditar que nosso opositor (e problema) é o vizinho que não separa seu lixo.

Ainda que de fato seja preciso uma mudança de costume individual, ela tem que ser de formação e ganho de consciência, é cristalino frente a um olhar mais dedicado, que a problemática ambiental esta profundamente articulada a outras problemáticas sociais, decorrentes do um modo de produção contemporâneo, e que por isso só será resolvida, ou minimamente atacada, com uma mudança profunda da economia e dos meios de produção, portanto uma mudança social e não individual .

A COP 15 é um bom exemplo, o entrave e fracasso em que a conferência do clima se tornou, não esta nos entraves da individualidade, do cidadão, mas na necessária mudança na produção em sociedade.

Abaixo introdução e link do texto “Os piores cenários possíveis” de Michel Löwi, no Le Monde Diplomatique Brasil, um belo artigo (Lucio Uberdan).
Lavoura de árvores, um bom negócio.
Diversos modelos científicos projetam cenários catastróficos – mas não improváveis – para o planeta por conta do aquecimento global ocasionado pelo aumento de emissões de gases de efeito estufa. A partir de algumas dessas projeções, o sociólogo marxista Michel Löwy analisa a relação entre o aquecimento global e o modo de produção hegemônico. Suas ideias estão em artigo publicado na edição de dezembro do jornal Le Monde Diplomatique.
Para ele, é insatisfatório responsabilizar o homem pelo cenário preocupante que se apresenta para o futuro desta geração. Para Löwy é preciso fazer uma crítica do modelo de produção vigente.
“O homem habita a terra há milênios, porém a concentração de CO2 somente começou a se tornar um perigo há poucas décadas. Como marxistas, apontamos: a culpa é do sistema capitalista, com sua lógica absurda e míope de expansão e acumulação infinita, com seu produtivismo irracional, obcecado pela busca do lucro”, diz o sociólogo.
Ele defende haja uma convergência entre a pauta dos ambientalistas e socialistas, para forjar um novo modo de organização da produção e da distribuição de bens e riquezas, de modo a romper com a lógica capitalista da expansão infinita e aderir a outro modelo, um “ecossocialismo”.
“O que está em jogo mundialmente nesse processo de transformação radical das relações dos seres humanos entre si e com a natureza é uma mudança de paradigma civilizacional, concernente não só ao aparelho produtivo e aos hábitos de consumo, mas também ao habitat, à cultura, aos valores, ao estilo de vida”, diz.
Leia a íntegra do artigo Os piores cenários possíveis do Le Monde Diplomatique deste mês clicando AQUI.

Se gostou acima, leia mais abaixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário