Ativistas vindos de 11 Estados brasileiros e uma mesa formada por participantes de 7 países – EUA, Haiti, Bolívia, Argentina, Uruguai, França e Brasil participaram do evento em SP.
Com a presença de 600 pessoas, vindas de 11 Estados brasileiros, e uma mesa formada por participantes de 7 países – EUA, Haiti, Bolívia, Argentina, Uruguai, França e Brasil -, realizou-se no último sábado (5), na Câmara Municipal de São Paulo, um Ato Continental pela Retirada das Tropas da ONU que ocupam militarmente o Haiti desde 2004.
Com a presença de 600 pessoas, vindas de 11 Estados brasileiros, e uma mesa formada por participantes de 7 países – EUA, Haiti, Bolívia, Argentina, Uruguai, França e Brasil -, realizou-se no último sábado (5), na Câmara Municipal de São Paulo, um Ato Continental pela Retirada das Tropas da ONU que ocupam militarmente o Haiti desde 2004.
Após quatro horas de atividade, onde se ouviram os depoimentos de delegados dos países presentes e, sobretudo, do representante do Haiti, Fignolé St Cyr, dirigente da Central Autônoma dos Trabalhadores do Haiti, os participantes firmaram o “Compromisso de São Paulo”, onde se comprometem continuar a ampliar a campanha em todo o continente, e a realizar atos em todos os países em 1º de junho do próximo ano.
Começando com a exibição de vídeos do Haiti, e de uma apresentação musical de grupos de rap, o ato político foi aberto pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT/SP), um de seus organizadores, que destacou que, para militares brasileiros, a ação armada no Haiti é um laboratório, cujas ações são depois estendidas na repressão ao povo brasileiro.
Do Uruguai Hugo Dominguez, do Sindicato dos Metalúrgicos, representando a central sindical PITCNT, declarou “o Congresso da PIT/CNT condenou duramente a ocupação, pois ocupações militares só trazem atos criminosos, como o estupro de um jovem haitiano por soldados uruguaios”. Ainda do Uruguai, esteve presente Andres Uriostes, da Coordenação pela Retirada das Tropas; da Argentina, Natalia Saralegui, do Comitê Argentino pela Retirada das Tropas, e o professor Henry Boisrolin, do Comitê Democrático Haitiano na Argentina; da Bolivia, Nelson Guevara Aranda, do Sindicato dos Mineiros de Huanuni, que afirmou “governos latino-americanos que dizem defender a soberania não podem manter tropas no Haiti!”.
A delegação dos Estados Unidos, esteve composta por Colia Clark, dirigente do movimento pelos direitos civis desde os anos 60, e que integrou a Comissão Internacional de Investigação que visitou o Haiti para apurar as violações de direitos civis da Minustah; por Kim Yves, do jornal “Haiti Liberté”, e por Dan Coughlin, da revista “The Nation”, que apontaram o governo estadunidense como o grande articulador da intervenção no Haiti. “É o nosso governo o principal opressor do povo haitiano”, disse Colia, arrancando aplausos do plenário.
Da França, antiga potência colonial que continua ingerindo no Haiti, veio Jean Charles Marquiset, da direção do Partido Operário Independente, que se comprometeu a levar a campanha pela retirada para seu país.
No mesmo dia do Ato, manifestações estavam ocorrendo no Peru e Equador (dirigidas aos respectivos governos que tem tropas no Haiti), no México (dirigida à embaixada dos EUA) e no Canadá. O ato recebeu mensagens também de sindicatos da UNETE, da Venezuela, além de Carlos Chile, Secretário da CTA-Capital (Argentina).
Em nome da CUT, Julio Turra explicou que a central considera a presença das tropas estrangeiras atentatórias à soberania do Haiti. Joaquim Piñero, do MST, relatou a ação de solidariedade internacional expressa no envio de uma brigada de militantes para o Haiti. Markus Sokol, da Corrente O Trabalho do PT, destacando que a ocupação do Haiti corresponde aos interesses dos Estados Unidos contra a soberania dos povos do continente, concluiu: “exigimos com ainda mais ênfase do governo que elegemos, da presidente Dilma, a retirada unilateral das tropas, que violam a soberania de um país irmão”.
Participaram ainda da mesa, Claudio Silva, Secretário estadual de Combate ao Racismo PT/SP e coordenador do SOS Racismo, Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado, Rosi Wansetto, do Jubileu Sul, Joelson Souza, da Juventude Revolução, e Bárbara Corrales, do Comitê Defender o Haiti é Defender Nós Mesmos, além de José Augusto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Renato Simões, da Executiva Nacional do PT, e a vereadora Juliana Cardoso.
Último orador do dia, Fignolé St Cyr disse que seu país está nas mãos da Comissão Interina de Reconstrução do Haiti (CIRH), comandada diretamente por Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e que as tropas da ONU estão lá para impor este poder. St Cyr narrou como a Minustah fraudou as recentes eleições presidenciais, afastando da disputa o partido mais importante, o Fanmi Lavalas, de Jean-Bertrand Aristide (presidente derrubado do poder em 2004 pelas tropas dos EUA, França e Canadá), e colocou agora na Presidência o fantoche Michel Martelly. “As tropas de ocupação estão no país para violar e roubar tudo o que nós temos”, alertando aos governos que enviam tropas para o país, sejam de direita ou de esquerda, que “não é bom servir de muleta para as potências que ocupam o Haiti”.
Ao final, St Cyr disse que estava muito orgulhoso de participar de ato tão importante e representativo, e testemunhou como, nos últimos anos, cresceu muito no Brasil a “sensibilidade” para o drama dos haitianos oprimidos pela ocupação militar.
O próximo passo que se segue ao Ato em São Paulo, será uma Conferência de organizações sindicais e populares do Caribe, em Cap Haitien, no Haiti (16-18/Novembro)
Ao final, foi aprovado por aclamação o “Compromisso de São Paulo” propondo a constituição de um Comitê Continental pela Imediata Retirada das Tropas da ONU do Haiti para organizar a Jornada de 1º de junho de 2012.
Todos saíram com a certeza de que o ato será capaz de generalizar a campanha de modo que, se as tropas não saírem antes, haverá grandes manifestações em vários países em junho de 2012. Até lá, o desafio é ampliar em todos os países a pressão sobre os governos pela retirada das tropas e a devolução aos haitianos do seu direito à soberania.
Contatos: comitedefenderhaiti@uol.com.br
Barbara Corrales – Comitê “Defender o Haiti é defender a nos mesmos”
(Coordenação do Ato Continental)
Começando com a exibição de vídeos do Haiti, e de uma apresentação musical de grupos de rap, o ato político foi aberto pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT/SP), um de seus organizadores, que destacou que, para militares brasileiros, a ação armada no Haiti é um laboratório, cujas ações são depois estendidas na repressão ao povo brasileiro.
Do Uruguai Hugo Dominguez, do Sindicato dos Metalúrgicos, representando a central sindical PITCNT, declarou “o Congresso da PIT/CNT condenou duramente a ocupação, pois ocupações militares só trazem atos criminosos, como o estupro de um jovem haitiano por soldados uruguaios”. Ainda do Uruguai, esteve presente Andres Uriostes, da Coordenação pela Retirada das Tropas; da Argentina, Natalia Saralegui, do Comitê Argentino pela Retirada das Tropas, e o professor Henry Boisrolin, do Comitê Democrático Haitiano na Argentina; da Bolivia, Nelson Guevara Aranda, do Sindicato dos Mineiros de Huanuni, que afirmou “governos latino-americanos que dizem defender a soberania não podem manter tropas no Haiti!”.
A delegação dos Estados Unidos, esteve composta por Colia Clark, dirigente do movimento pelos direitos civis desde os anos 60, e que integrou a Comissão Internacional de Investigação que visitou o Haiti para apurar as violações de direitos civis da Minustah; por Kim Yves, do jornal “Haiti Liberté”, e por Dan Coughlin, da revista “The Nation”, que apontaram o governo estadunidense como o grande articulador da intervenção no Haiti. “É o nosso governo o principal opressor do povo haitiano”, disse Colia, arrancando aplausos do plenário.
Da França, antiga potência colonial que continua ingerindo no Haiti, veio Jean Charles Marquiset, da direção do Partido Operário Independente, que se comprometeu a levar a campanha pela retirada para seu país.
No mesmo dia do Ato, manifestações estavam ocorrendo no Peru e Equador (dirigidas aos respectivos governos que tem tropas no Haiti), no México (dirigida à embaixada dos EUA) e no Canadá. O ato recebeu mensagens também de sindicatos da UNETE, da Venezuela, além de Carlos Chile, Secretário da CTA-Capital (Argentina).
Em nome da CUT, Julio Turra explicou que a central considera a presença das tropas estrangeiras atentatórias à soberania do Haiti. Joaquim Piñero, do MST, relatou a ação de solidariedade internacional expressa no envio de uma brigada de militantes para o Haiti. Markus Sokol, da Corrente O Trabalho do PT, destacando que a ocupação do Haiti corresponde aos interesses dos Estados Unidos contra a soberania dos povos do continente, concluiu: “exigimos com ainda mais ênfase do governo que elegemos, da presidente Dilma, a retirada unilateral das tropas, que violam a soberania de um país irmão”.
Participaram ainda da mesa, Claudio Silva, Secretário estadual de Combate ao Racismo PT/SP e coordenador do SOS Racismo, Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado, Rosi Wansetto, do Jubileu Sul, Joelson Souza, da Juventude Revolução, e Bárbara Corrales, do Comitê Defender o Haiti é Defender Nós Mesmos, além de José Augusto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Renato Simões, da Executiva Nacional do PT, e a vereadora Juliana Cardoso.
Último orador do dia, Fignolé St Cyr disse que seu país está nas mãos da Comissão Interina de Reconstrução do Haiti (CIRH), comandada diretamente por Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e que as tropas da ONU estão lá para impor este poder. St Cyr narrou como a Minustah fraudou as recentes eleições presidenciais, afastando da disputa o partido mais importante, o Fanmi Lavalas, de Jean-Bertrand Aristide (presidente derrubado do poder em 2004 pelas tropas dos EUA, França e Canadá), e colocou agora na Presidência o fantoche Michel Martelly. “As tropas de ocupação estão no país para violar e roubar tudo o que nós temos”, alertando aos governos que enviam tropas para o país, sejam de direita ou de esquerda, que “não é bom servir de muleta para as potências que ocupam o Haiti”.
Ao final, St Cyr disse que estava muito orgulhoso de participar de ato tão importante e representativo, e testemunhou como, nos últimos anos, cresceu muito no Brasil a “sensibilidade” para o drama dos haitianos oprimidos pela ocupação militar.
O próximo passo que se segue ao Ato em São Paulo, será uma Conferência de organizações sindicais e populares do Caribe, em Cap Haitien, no Haiti (16-18/Novembro)
Ao final, foi aprovado por aclamação o “Compromisso de São Paulo” propondo a constituição de um Comitê Continental pela Imediata Retirada das Tropas da ONU do Haiti para organizar a Jornada de 1º de junho de 2012.
Todos saíram com a certeza de que o ato será capaz de generalizar a campanha de modo que, se as tropas não saírem antes, haverá grandes manifestações em vários países em junho de 2012. Até lá, o desafio é ampliar em todos os países a pressão sobre os governos pela retirada das tropas e a devolução aos haitianos do seu direito à soberania.
Contatos: comitedefenderhaiti@uol.com.br
Barbara Corrales – Comitê “Defender o Haiti é defender a nos mesmos”
(Coordenação do Ato Continental)
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