Escola de Agroecologia do Paraná, a Escola Milton Santos, localizada na estrada velha para Paiçandu, na área rural de Maringá, região Norte do estado, existe desde 10 de junho de 2002, foi uma iniciativa do Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do estado do Paraná, através do Instituto Técnico de Educação e Pesquisa da Reforma Agrária – ITEPA, com uma parceria junto à Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná – ET-UFPR; para a criação de um centro de educação com a finalidade de realização de cursos técnicos em agropecuária, dando ênfase na agroecologia. Além dos cursos técnicos, idealizava-se constituir na escola um espaço de implantação e disseminação de pesquisa em torno da agroecologia.
A referida escola está implantada e realiza suas atividades no município de Maringá, cidade pólo do Noroeste do Paraná. Sua situação local refere-se aos lotes 63 C-1, 63 D-1, 63 D-2, 63 D-3, 63 D-4, 63D/63 F-1 que estão na estrada Velha de Maringá para Paiçandu propriamente dito à Gleba Ribeirão Colombo. Tais lotes de área compreendem 79,92 ha e pertencem oficialmente à Prefeitura do Município de Maringá. Durante a gestão de governo desta prefeitura, no período de 2001-2004, foi realizado um Termo de Concessão de Uso à Título Gratuito (nº004/2004). Este termo confere aos concessionários o uso de tal área para a implantação e execução dos objetivos da concessão por 20 anos, partindo da data de sua aprovação, no caso o ano de 2004. Os concessionários legais, portanto, de tal área são a Universidade Federal do Paraná – UFPR e o Instituto Técnico de Educação e Pesquisa da Reforma Agrária – ITEPA.
Num aspecto geral, a Escola Milton Santos, devido a sua localização geográfica no estado do Paraná, exerce influência direta e indireta junto à maioria dos acampamentos e assentamentos de reforma agrária das regiões Noroeste, Norte Novo, Norte Pioneiro, além de parte das regiões consideradas Centro Norte do estado, como as regiões dos municípios de Jardim Alegre, Ortigueira e Imbaú.
Localmente, a Escola Milton Santos exerce influência direta com o município de Maringá, devido a sua localização Política e com o município de Paiçandu, devido a sua localização geográfica.A Escola Milton Santos oferece cursos de nível médio e pós-médio de Técnicos em Agropecuária com ênfase em Agroecologia para filhos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, do MST e de outros movimentos sociais.
Além de formar profissionais qualificados para trabalhar com a agricultura camponesa, nos assentamentos e comunidades rurais, preservando o meio ambiente, a escola também se tornou um centro de experiência em agroecologia. O espaço funciona em parceria com o Instituto Técnico Federal do Paraná, que certifica os educandos.
O integrante da coordenação da escola e membro da direção nacional do MST, Armelindo da Maia, ressaltou que o Movimento se orgulha da construção pedagógica de mais esta escola. “É uma ferramenta importante para fazer o debate na área da agroecologia. Ainda temos alguns limites no campo das práticas agroecológicas, mas as nossas escolas têm uma função importantíssima nesse debate, contribuindo de forma concreta na implantação da matriz tecnológica na agricultura camponesa”, argumenta.
Funcionamento escola
Na Escola Milton Santos, os cursos funcionam por etapas, em regime de alternância, entre tempo-escola e tempo-comunidade, com cerca de 60 dias cada, ou seja, os educandos permanecem dois meses na escola aprendendo a teoria, depois retornam às suas comunidades de origem, para aplicar os conhecimentos adquiridos na prática.
A construção da escola teve início em junho de 2002. O prédio estava totalmente degradado: eram ruínas de um projeto de indústria de cerâmica que nunca funcionou e servia como depósito de lixo e espaço de prostituição. Em oito anos de funcionamento, 82 educandos e educandas já se formaram no espaço. A primeira turma, chamada Karl Marx, se formou em 2005. No momento, está em andamento mais uma turma, com cerca de 40 educandos.
A escola está instalada em uma área de 72 hectares. O espaço recebeu recursos do governo estadual, que está possibilitando a conclusão da construção de cinco salas de aula, biblioteca, laboratório de informática, um laboratório químico e físico, auditório, alojamento e refeitório. Além de espaços de produção com cultivos de horta, gado leiteiro, pequenos animais e experiências com agroflorestas. Parte da produção leiteira e de verduras é destinada para o abastecimento da escola e o restante está sendo vendido em mercados da região e diretamente para a comunidade, a domicílio e na própria escola.
Clique na Imagem dos meninos com violão e assita o Video da Escola Milton Santos:
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